Portugal, Alemanha e Áustria praticam, em média, preços muito baixos na habitação, diz o Banco Central Europeu (BCE). As casa estão "subavaliadas", atira.
No relatório sobre Estabilidade Financeira divulgado esta semana, o BCE faz uma análise sobre as formas de medir as distorções no mercado da habitação e chega à conclusão de que os países com os preços mais explosivos são a França, a Espanha e a Holanda. Para lá dos sinais de sobreavaliação, o BCE revela que os preços praticados naqueles países oscilaram muito em 2007 e no final de 2010 (entre o terceiro e o quarto trimestre), os dois períodos analisados.
Pelo contrário, em Portugal, onde existe margem para que os preços das casas subam mais, as flutuações de preços foram mínimas. O BCE sublinha que o "tratamento orçamental", designadamente no que respeita aos impostos e benefícios praticados, deve ser tido em conta quando se avalia a situação entre países.
A pressão externa para fazer alterações profundas no sector da habitação nacional - o paradigma do crédito bancário mudou, ficou mais caro, e é preciso um novo regime para agilizar os despejos e actualizar o valor das casas para recuperar, vender ou arrendar, sobretudo as mais antigas - é um dos pilares do plano de intervenção negociado pelo PS, PSD e CDS com a troika.
O Fundo Monetário Internacional (FMI)e a União Europeia (UE) propõem alterações profundas no mercado da habitação em Portugal, substituindo gradualmente o paradigma de casa própria por um regime cada vez mais abrangente de arrendamento e "dinamizando" o mercado a vários níveis, seja pela quantidade de casas disponíveis seja pelos preços praticados. O BCE junta-se agora a este debate com uma análise em sede própria, afirmando que o valor das casas negociadas pode subir.
Os peritos, Governo incluído, argumentam que há muitas rendas, sobretudo as das casas mais antigas e degradadas, que não reflectem o seu real valor, que o mercado está desvalorizado e que as famílias estão demasiado endividadas e amarradas à prestação bancária.
fonte: dn
Sem comentários:
Enviar um comentário