Em Portugal existem cinco milhões de casas, das quais cerca de três milhões têm problemas de construção ou falta de eficIência energética. Ou seja, casas que são frias no Inverno e muito quentes no Verão. A situação é comum, mas é no Inverno que ela se nota mais na conta da luz ou do gás, uma vez que requer o uso continuado de aquecedores. No entanto, isso não chega.
"Mesmo querendo aquecer as nossas casas durante o Inverno, é muito difícil alcançarmos condições de conforto satisfatórias. Esta é uma realidade transversal que abrange muitos edifícios antigos, mas sobretudo aqueles que foram construídos entre os anos 60 e 90", disse a arquitecta Lívia Tirone, especialista em construção sustentável, ao Diário Económico.
Tornar essas casas realmente eficientes só fazendo uma reabilitação profunda, e por isso, dispendiosa (mais de 20 mil euros). Contudo, de acordo com os especialistas contactados pelo Diário Económico, para as tornar mais confortáveis basta fazer alguns pequenos investimentos.
O mais imediato e, em simultâneo, menos dispendioso e mais rápido é mudar as janelas. É que aquele caixilho de alumínio que tem em sua casa pode ser mais bonito e moderno que a madeira, mas está a deixar fugir o calor dos aquecedores e a deixar entrar o frio que está na rua. O ideal será instalar as chamadas janelas eficientes, compostas por caixilhos de alumínio com corte térmico e por vidros duplos. Uma obra que custa até três mil euros num T2 ou T3 e que se instala numa manhã, diz João Ferreira Gomes, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de janelas Eficientes (ANFAJE).
Apostar nos isolamentos exteriores
De acordo com este responsável, só esta medida permite poupar até 40% na conta da luz (porque cerca de 40% da energia que se gasta através dos edifícios sai pelas janelas). Se se aplicarem isolamentos nas paredes, a poupança pode ser ainda muito maior. Não foi por acaso que, quando o Governo lançou o Plano de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), incluiu as medidas Janela Eficiente - que prevê a substituição de janelas em 200 mil casas até 2015 - e Isolamento Térmico - que prevê a reabilitação de 100 mil fogos até 2015.
De acordo com a arquitecta Lívia Tirone, "os sistemas de isolamento térmico, aplicados de forma contínua e pelo exterior, contribuem para proteger o interior das habitações dos extremos de temperatura (tanto do frio como do calor) e são muito fáceis de aplicar em edifícios existentes". Os preços é que são mais difíceis de apresentar uma vez que depende do material utilizado e da área a cobrir.
O isolamento das paredes interiores é que acaba por ser mais dispensável, principalmente se se tratar de uma renovação. Este "só se torna necessário quando constitui a separação entre espaços úteis (climatizados) e espaços não úteis (não climatizados, tais como garagens, portarias, circulações)", referiu ao Diário Económico, o arquitecto Luís Carrilho da Graça.
Por sua vez, "o isolamento térmico das coberturas é essencial. Note-se que, em Portugal, a incidência solar é significativa, podendo acarretar significativos ganhos indesejados. Assim, o correcto isolamento térmico das coberturas contribui para a redução do consumo energético de climatização e para um maior conforto térmico", acrescentou.
fonte: Ana baptista / económico
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